A síndrome de burnout é um transtorno adaptativo ao estresse crônico no ambiente laboral, com consequências tanto na saúde e na qualidade de vida do profissional quanto em sua organização e desempenho no trabalho.
Médicos de todas as especialidades estão vulneráveis ao desenvolvimento da síndrome de burnout. Aqueles que atuam na atenção primária à saúde – generalistas e médicos de família e comunidade – parecem apresentar maior risco, visto que estão expostos a diversos estressores no trabalho.
As pesquisas sobre a síndrome de burnout em médicos da atenção primária à saúde vêm ganhando destaque nos últimos 20 anos, e a escassez de estudos no Brasil dificulta a caracterização do real impacto dessa síndrome nesses profissionais.
No artigo Análise da produção científica sobre a síndrome de burnout em médicos da atenção primária: uma revisão narrativa com busca sistematizada, publicado na Revista Brasileira de Medicina de familia e comunidade, buscou-se identificar na literatura publicações sobre o tema “SB em médicos da APS” com o objetivo de sistematizar as áreas de interesses estudadas nas últimas duas décadas.
Fazem-se necessárias pesquisas nos âmbitos da epidemiologia e do impacto da SB nos médicos da APS, com uma investigação mais ampla sobre os fatores relacionados ao ambiente e ao processo de trabalho, campo com menor disponibilidade de estudos. Instrumentos validados para se definir e mensurar a síndrome devem ser padronizados, com o aprimoramento das ferramentas existentes e até mesmo a validação de novas, que sejam aplicáveis em diferentes populações.
Considerando-se a atual preocupação em se definirem estratégias de manejo dos profissionais que desenvolvem a SB, ensaios clínicos que explorem diferentes intervenções são necessários para prover evidências no combate eficaz ao burnout.
Estudos qualitativos também podem ser importantes para levantar dados sobre as motivações dos profissionais, além de compreender e interpretar determinados comportamentos, opiniões e expectativas, direcionando estratégias para o enfrentamento dessa síndrome em médicos e outros profissionais da APS.
Fonte: Revista Brasileira de Medicina de familia e comunidade, link: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2937
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